17 de fevereiro de 2014
Hanseníase tem alta incidência no estado do Pará.
2:13 PM
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Unknown
Estudos revelam uma situação alarmante em torno dos casos de hanseníase entre crianças.
A hanseníase é uma doença infecciosa, de evolução crônica causada pelo Mycobacterium leprae, microorganismo que acomete principalmente a pele e os nervos das extremidades do corpo. A doença conta uma história muito triste no país, com isolamento e discriminação dos doentes. Ela é transmissível através da respiração quando se está exposto ao convívio prolongado com alguém atingido pela doença na forma transmissível e ainda não buscou tratamento. A partir do momento que uma pessoa é diagnosticada com hanseníase e inicia o seu tratamento, não há mais riscos de transmissão da doença, por isso a importância do diagnóstico logo no início.

A maioria da população adulta é resistente à hanseníase, mas as crianças são mais susceptíveis, geralmente adquirindo a doença quando há um paciente contaminante na família. O período de incubação varia de 2 a 7 anos e entre os fatores predisponentes estão o baixo nível sócio-econômico, a desnutrição e a superpopulação doméstica. Devido a isso, a doença ainda tem grande incidência nos países subdesenvolvidos.
Dados recentes revelam uma situação alarmante em torno dos casos de hanseníase entre crianças no Pará. De 1.592 estudantes de escolas públicas analisadas clinicamente, a partir de seis anos de idade, 4% foram diagnosticados com a doença. Se esses resultados forem ampliados em relação a todos os estudantes de escolas públicas paraenses, que representam mais de dois milhões, esses números indicam que 80 mil alunos correm o risco de ter hanseníase não diagnosticada. Todos esses dados estão sendo analisados e apresentados pelo estudo, “Análise espacial focando na transmissão de hanseníase entre crianças de uma área hiperendêmica da Amazônia brasileira”, coordenado pelo doutorando em Doenças Tropicais, Josafá Gonçalves Barreto, e seu orientador, Cláudio Guedes Salgado.
Josafá Barreto é professor na Universidade Federal do Pará, campus Castanhal. Segundo ele, o projeto teve início em 2009 e já percorreu várias cidades do interior do Estado, entre eles, Oriximiná, Redenção, Marituba, Castanhal, Paragominas, Parauapebas, Altamira e Breves. Entre os integrantes da equipe estão dermatologistas, enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (SESPA) e colaboradores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e da Colorado State University (USA).
A hanseníase no Pará é um problema histórico. Aqui, o índice de pessoas com a doença é três vezes maior do que a média nacional. Os coeficientes de prevalência, indicador usado para o monitoramento do progresso da eliminação da doença como problema de saúde pública, revelam que o Pará possui um dos maiores coeficientes do Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. “No Estado, ainda há muitos casos de prevalência oculta, que são aquelas pessoas que estão doentes, mas não foram diagnosticadas”, afirma Josafá Barreto.
Grande parte desse resultado negativo é causado pela deficiência da atenção básica de saúde pública, que possui uma cobertura pequena. O Programa Saúde da Família, segundo o Ministério da Saúde, não abrange 60% da população no Pará. E é esse o programa responsável pelo diagnóstico e tratamento dos casos de hanseníase.
Fonte: Diário do Pará e MORHAN
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